quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
DIA 02 - CAFÉ DA MANHÃ NA EMPRESA
Boa tarde, pessoal.
Hoje resolvi falar sobre uma questão que fiquei pensando hoje. Essa questão é sobre a propaganda que as empresas fazem para te convencer a trabalhar lá.
Hoje eu fui no café da manhã para a apresentação do processo seletivo em uma grande empresa americana. Não sabia muito bem o que esperar, pois nunca tinha feito algo do gênero, mas, como estou em busca de OPORTUNIDADES QUE VALEM A PENA, resolvi ver do que se tratava.
A empresa era de consultoria (ok, isso eu já sabia), mas não era uma consultoria qualquer. Eles se diziam consultoria estratégica, como se isso fosse algo melhor. Chegando em casa, fui pesquisar do que se tratava e a informação esta a seguir. Não é um fonte extremamente confiável, mas foi a única conceituação que encontrei (http://consultoriaconceito.com.br/).
"A CONCEITO é uma empresa de Consultoria, Treinamento e Educação Corporativa, criada para atender às necessidades de empreendedores e empresas de qualquer segmento. Entendemos que é necessário instituir e desenvolver programas que integrem e desenvolvam as pessoas em sua plenitude, orientando-as e educando-as, visando o estímulo e o desenvolvimento de suas habilidades comportamentais e competências técnicas. Oferecemos palestras em temas relacionados a administração, planejamento estratégico, micro e pequenas empresas e empreendedorismo e intraempreendedorismo. O objetivo é orientar e capacitar as pessoas quanto aos conhecimentos e habilidades que se deve ter para viabilizar seu empreendimento, sua realização pessoal e profissional, bem como para que as empresas possam gerar resultados superiores e altamente eficazes, contribuindo para o crescimento e consolidação dos seus negócios."
Ou seja, ao meu ver, nada demais. Apenas uma forma de tentar se destacar em meio a tantas outras.
Mas, ok, a empresa buscou mostrar como é interessante trabalhar. Durante a apresentação, anotei alguns pontos, que são:
1) não ficar restrita a apenas uma área;
2) eu não trabalharia com direito, mas com algo parecido com engenharia ou adm (sério);
3) eles te enviam para o mundo todo, seja para trabalhar em unidades da empresa ao redor do mundo, seja para participar de seminários ou seja até para lazer;
4) eles tem pagam um mba internacional desde que você assine que irá ficar pelo menos 2 anos na empresa. Contudo, percebi que eles não são favoráveis ao mestrado acadêmico (coisa que eu to prestando e acho muito interessante);
5)o salário é aparentemente alto;
Minha dúvida é a seguinte. Ele falam tão bem de todas essas áreas e os benefícios aparentemente são excelentes. Mas, caramba, tem que ter alguma contraprestação. Não é possível que a empresa queira te pagar tantas coisas sem receber nada de volta.
Daí, comecei a notar outros pontos, quais sejam:
1)Uma das apresentadoras teve sair repentinamente do encontro. Porque?
2)Há pessoas que ficam 2 semanas sem voltar para a casa em outros países. Honestamente, eu acharia isso bem certo se a pessoa fosse para o Japão ou qualquer país bem longe. Mas, não. Aquelas pessoas foram para a Colômbia, aqui do lado. E a recrutadora tentou justificar que seria legal passar o fds em Miami (!?!).
3)Essa não seria uma vida um tanto quanto solitária? Ok, foi BEM explicado que esta empresa dá ampla liberdade para o profissional dirigir a carreira da forma que ele entender ser ideal (e o espaço do mestrado?), que eles deixam a gestante ficar "part-time" (expressões deles) depois da licença maternidade, que você pode atrasar um ano para entrar na empresa depois de ter sido chamado para trabalhar lá... Por isso, a vida solitária talvez seja apenas uma questão de opção da pessoa e não imposição da empresa.
4)Aqui é talvez o ponto mais importante de todos. Será que eu quero mesmo largar a minha faculdade toda para trás a fim de fazer algo totalmente novo? A recrutadora até disse que são somatórias, mas eu realmente acredito que, uma vez que a pessoa entra nesse mundo, dificilmente ela sai dele e conseguiria trabalhar em "escritórios normais de advocacia".
Enfim, vou acabar por aqui. Mas aqui ficam algumas reflexões.
OBS. Não vou citar nomes de nenhum lugar, pois não quero me comprometer. Mas quem esta procurando trabalho possivelmente sabe de quais empresas estou falando.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
DIA 01 - Salário X Tempo de Trabalho
Bom, assim como eu havia falado anteriormente, resolvi colocar em palavras tudo o que tem acontecido em minha vida profissional, em especial os principais determinados pontos que me afligem.
Queria falar agora sobre a questão: "Salário X Tempo de trabalho".
Sei que estes números são extremamente relativos, em especial conforme a carreira que cada pessoa escolhe. Vejo amigxs que optaram por fazer faculdades diferentes da minha e alguns delxs ganham muito mais, outros muito menos. Honestamente, dentro do próprio direito, eu já consigo ver isso com clareza. A área empresarial certamente é uma daquelas áreas que mais dá dinheiro. Mas como eu não gosto disso, já descartei essa área logo de cara.
Agora, há algo que se deve ter em mente: a desvalorização do profissional. Claro que nem todos fazem faculdades boas, mas o mínimo de se esperar de alguém que te contrata é que te pague o mínimo razoável. Em outras palavras, um advogado jr., por exemplo, pode não se sustentar, mas tem condições de arcar com custos básicos (claro que esses custos variam conforme a pessoa).
Me lembro muito bem que na época de estágio, eu achava que estava certo aquele blá blá blá de que o estagiário pode não estar ganhando muito, mas em contrapartida ele ganha muito em conhecimento e não trabalha tantas horas. Eu penso o seguinte: NAQUELA ÉPOCA NOS TÍNHAMOS AULA TODO DIA. Agora não. Então chega. Ou paga o mínimo, ou nem me espera lá para fazer a entrevista.
E pior que isso. Perdi a conta de quantos escritórios que te fazem ficar mais de 12 horas por dia lá. Me perdoem aqueles que concordam que advogados recém formados devem trabalhar em demasia, mas para mim isso tem um nome: ESCRAVIDÃO.
Quem consegue produzir nessas condições? Trabalha muito, ganha pouco... E a qualidade de vida cai lá para o chão. Porque, né? Parece que somos mais um. Se vc não quer, certamente tem quem queira.
Pior foi ler essa semana sobre uma oportunidade de emprego para um bacharel de direito que fosse formado por ao menos 1 ano e SEM OAB. Calma, calma. Desde que me formei, sempre entendi que era essencial ter a OAB e agora me vem essa? Cadê a valorização do profissional?
Daí tem sempre o papel dos pais, que geralmente querem sempre o melhor para vc. E te perguntam sobre as oportunidades quando vc percebe cada vez mais o quanto elas são poucas.
Enfim, fica aqui o meu desabafo. Talvez ele tenha sido em vão... Talvez ninguém vá ler ele. Mas pelo menos segue aqui o desabafo de alguém que esta cansada demais para discutir sobre isso com alguém.
PS- CHEGA DAQUELA HISTÓRIA DE SALÁRIO NA MÉDIA. ALGUÉM FEZ ALGUMA PESQUISA PARA SABER QUAL É A MÉDIA DE ESTAGIÁRIOS E ADVS JR? SEI DE UMA QUE FIZERAM, MAS DUVIDO (E MUITO) QUE TODOS OS RECRUTADORES TENHAM LIGADO AQUELA BAGAÇA.ENTÃO, HONESTAMENTE, SALÁRIO NA MÉDIA, AO MEU VER,É O MESMO QUE DIZER SALÁRIO BAIXO, MAS COM MEDO DE QUE ISSO VENHA IMPEDIR QUE OUTRAS PESSOAS VENHAM TRABALHAR EM DETERMINADO LUGAR.
Acho que agora estou vivendo o período mais difícil da minha vida profissional. O momento em que tenho que decidir o que quero fazer da minha vida. Qual área seguir, que tipo de carreira quero ter.
Faço e faço entrevistas, alguns escritórios me chamam, outros não, mas o que ponto é que não me identifico com nenhum deles. Sempre reclamei da vida de advogado em escritório enquanto ainda estagiava... E agora me pergunto: É isso mesmo que quero da minha vida? Fazer algo que eu sempre reclamei simplesmente em razão da segurança que isto dá?
Acho que a resposta para mim é um tanto quanto óbvia: NÃO!
Mas o que fazer então? Qual rumo tomar? Não sei.
Resolvi iniciar esse blog para contar um pouco da minha experiência, na expectativa que em futuro breve eu venha efetivamente decidir o que quero fazer e que isso seja fonte de inspiração para outras pessoas que eventualmente estejam na mesma situação que me encontro hoje em dia.
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